Intencionalidade…. ponto chave do Ensino Remoto no Novo Pátio


Com o início do isolamento social, em meados de março de 2020, o processo educativo sofreu grandes necessidades de uma reestruturação, visto que os espaços físicos de aprendizagem foram fechados e, consequentemente, um olhar muito atento a todo planejamento foi necessário para que pudéssemos, num primeiro momento, readaptá-los para serem vivenciados no ambiente virtual, nosso grande aliado, principalmente neste momento.

Inicialmente utilizamos o termo mais conhecido de todos na educação, denominado Educação à Distância (EAD), um modelo de educação onde todo o processo é desenvolvido para o ambiente virtual e, consequentemente, são utilizadas metodologias exclusivas para esse tipo de ambiente. Sendo assim, apesar de utilizarmos essa denominação, estávamos conscientes de que esse modelo seria, apenas, um norte para iniciarmos a organização das nossas aulas on-line, síncronas (aulas em tempo real com o professor – recurso Google Meet) e assíncronas (atividades a serem realizadas sem a presença do professor, exigindo a autonomia do aluno para a organização do tempo). 

Durante uma semana, de 15 a 22/03, toda a equipe se organizou para construir ou reorganizar os ambientes virtuais de modo a facilitar a comunicação entre professores e alunos.

No Ensino Médio a utilização do ambiente virtual Google Sala de Aula – Classroom   potencializou ainda mais a autonomia do aluno, dentro de um ambiente que já vinha sendo vivenciado por ele. No Classroom os professores organizaram suas salas de aula de forma oferecer aos nossos alunos, material para consulta, tais como videoaulas, além de postarem as aulas ministradas gravadas, orientações, atividades, roteiros de estudos e avaliações.

Após algumas semanas, considerado como ensino remoto emergencial, foi possível realizar uma avaliação  desse modelo pedagógico no ambiente virtual com o objetivo de aprimorar nosso trabalho.
Neste momento, diante da situação de isolamento que se mantém, nosso objetivo central é estreitar ainda mais os caminhos para garantir a aprendizagem dos alunos. Por isso, nomeamos esse momento de Ensino Remoto Intencional coerente com o projeto pedagógico da instituição.

Telas: janelas para o Ensino Médio durante a pandemia


A pandemia de coronavírus alterou drasticamente a rotina de praticamente todos os países do mundo. Segundo a Unesco, quase 92% dos alunos de 192 nações, incluindo o Brasil, estão com as escolas fechadas. São mais de 1,5 bilhão de estudantes sem aula e os impactos disso sobres eles ainda são incertos. Para minimizar a distância de nossos adolescentes do colégio e manter seus estudos em dia mesmo durante a crise, lançamos mão de nosso know how em metodologias ativas e tecnologia educacional para iniciar as ações de ensino a distância imediatamente após o fechamento de nosso espaço físico.

O Colégio Novo Pátio já nasceu com a proposta de aplicar a tecnologia à educação de forma inovadora, favorecendo as metodologias ativas e a aprendizagem significativa. Desde que abrimos as portas, investimos constantemente em recursos físicos e em treinamento e capacitação da equipe pedagógica para a tecnologia educacional. Essa experiência acumulada nos permitiu estruturar em tempo recorde um plano pedagógico especial e atividades a serem desenvolvidas à distância, até que possamos estar próximos fisicamente de novo.

Além do investimento financeiro nas plataformas e infraestrutura necessárias, nossos professores, coordenadores e diretores têm dedicado muito tempo e determinação para que os encontros síncronos, roteiros de estudos dirigidos e atividades para casa sejam significativos aos adolescentes e mantenham nosso compromisso com a formação cultural e acadêmica de qualidade. Em cada encontro virtual com nossos alunos, cuidamos para tratar dos conteúdos do currículo e prepará-los para os processos seletivos das universidades, mas também para abraçar, acolher e convidá-los a refletir sobre as questões socioemocionais que nos envolvem nesses tempos difíceis.

Rotina

Para Marlene Desidério, diretora do Colégio Novo Pátio, o primeiro grande desafio para o sucesso do programa à distância que vem sendo desenvolvido nas últimas semanas foi superado: o estabelecimento de uma rotina de estudos com os adolescentes. Mesmo em casa, os alunos têm um cronograma de atividades que engloba o mesmo horário das aulas presenciais pela manhã e do Grupo de Estudo Orientado (GEO), à tarde. 

A cada semana, as turmas recebem um calendário com os dias e horários das aulas online em tempo real, das videoaulas gravadas, dos chats e dos roteiros de estudo. Na prática, todos devem “estar presentes” nos horários de funcionamento do colégio. Há, inclusive, controle de presença, de tarefas e de avaliações. As provas foram realizadas por meio de ferramentas digitais, com horário e tempo determinados para resolução e acompanhamento dos professores por câmeras. E, assim como nas nossas práticas presenciais, os alunos que necessitam de acompanhamentos individualizados ou especiais, continuam recebendo essa atenção. “Dessa forma, estamos mantendo o calendário escolar. Faremos apenas uma antecipação de 14 dias das férias, pois o trabalho remoto intenso gera um cansaço nos alunos”, afirma Marlene.

A aluna do 3º ano do EM, Raffaella Ferretti, conta que foi justamente pela rotina que conseguiu se organizar e manter os estudos em dia. “Gostei do que o colégio está fazendo, a conexão é excelente, as plataformas funcionam bem. Mas claro que estou com saudade de ter aula presencial, é mais humano”.

Salto

Como diz o ditado, crescemos na crise! “Fico impressionada com o desempenho dos estudantes e da equipe pedagógica”, Marlene anima-se ao identificar os ganhos em meio a tamanho desafio. “Nossa capacidade de resolver questões de logística, desenvolver processos, adequar planejamentos para usar a tecnologia de maneira personalizada para cada professor e as necessidades de suas matérias foi imensa. Diria que crescemos em poucas semanas mais do que nunca”, completa.

Além do salto na gestão, identificamos também um amadurecimento dos jovens. Estamos atentos a como cada um está lidando com o estudo remoto. Se um aluno não entra em uma aula, por exemplo, entramos em contato, o chamamos para a responsabilidade. Recebemos retornos positivos das famílias, que passaram a ler mais juntos e a acompanhar mais de perto o estudo dos filhos.

Maria Eduarda Muricy, do 3º ano do EM, comemora o fato de estar conseguindo manter a rotina e se preparar para os processos seletivos das universidades. “Estou usando o tempo que gastaria para ir e voltar do colégio para estudar. Estou aproveitando a disciplina de preparação para o vestibular e as videoaulas do Intergraus, que fez parceria com o Novo Pátio”.

E, claro, todos nós estamos refletindo sobre a preciosidade do contato e da preservação da vida, sobre a saudade do abraço e do burburinho escolar!

Formação na era da informação. Desafios para uma escola moderna.


Não é novidade para ninguém que no mundo em que vivemos, a quantidade de dados e informações aumenta de modo avassalador. Observe o gráfico a seguir:

Uma imagem contendo texto, mapa

Descrição gerada automaticamente

O gráfico relaciona a quantidade de dados digitais existentes com os respectivos anos (de 2009 a 2020). A quantidade de dados está medida em exabytes. Cada exabyte vale 1 quintilhão de bytes, ou seja 1 000 000 000 000 000 000 (um seguido de dezoito zeros) de dados! Somente no período de 2010 a 2020 essa quantidade cresceu cinquenta vezes! Assim, se há alguns anos a questão central era ter acesso à informação, hoje vivemos o problema da seleção e organização dessa informação. 

Essa questão vem afetando a vida de toda a comunidade escolar – professores, alunos, pais e direção. Hoje um dos papéis mais relevantes da escola é justamente o de ensinar seus alunos a selecionar e organizar as informações. Para tanto ela deve cumprir sua missão intrínseca que é a de ser formadora de alunos.

Os conceitos de formação e informação não são totalmente claros para todas as pessoas e inclusive são comumente confundidos. Informação, atualmente, está plenamente disponível a todos. Praticamente não existe um único tema sobre o qual o “grande oráculo Google” não saiba discorrer, mesmo que seja de maneira rasa. Mas o que fazer com essa informação? Como selecionar o que é relevante? Como organizá-la? Como descobrir se são “fake news”? 

Se fosse tão simples, seríamos especialistas nos mais variados assuntos, apenas acessando os conteúdos disponíveis na internet. Mas a coisa não é simples assim. Aí entra o papel da formação.

Formar é mais do que informar. Formar envolve dar bases sólidas de leitura e interpretação de texto, para que a pessoa possa compreender o que lê e a partir dessa leitura tirar suas próprias conclusões e posicionamentos. Formar é dar uma base sólida de matemática, para que o aluno possa construir raciocínios lógicos que serão importantes em qualquer atividade em que resolva se envolver. Formar significa ter uma boa noção das Ciências Humanas e da Natureza, para que tenha repertório cultural suficiente para exercer sua cidadania de forma plena. Conhecer línguas estrangeiras importantes, como o inglês e o espanhol, entre outras, é parte da formação e vai permitir ao aluno se sentir mais pertencente ao mundo globalizado em que vivemos e certamente abrirá inúmeras oportunidades em sua vida. Formar envolve também trabalhar valores morais e criar vínculos. Envolve tornar o aluno cada vez mais autônomo e protagonista de seus caminhos. Formar é muito mais, portanto, do que apenas informar.

Tudo isso que foi citado vai ajudar o aluno no processo de selecionar informações ao longo da sua vida. Assim, para selecionar bem o conteúdo, é preciso ter boa formação. Agora, com relação ao como organizar as informações, cabe aos professores serem os capitães dessa nau. Felizmente, hoje temos à disposição muitas ferramentas digitais, que podem ajudar muito nessa missão. Gostaria de falar um pouco sobre a que usamos no Colégio Novo Pátio: o Google Classroom.

Trata-se de uma plataforma digital educacional na qual os professores podem fazer a gestão das atividades escolares. Nela é possível fazer o “diário de bordo” do curso, postando conteúdos nos mais diferentes formatos (textos, músicas, videoaulas etc.), colocando os temas trabalhados nas aulas, as datas de provas, passar tarefas e lições de casa (até com possibilidade de autocorreção), montar tópicos para discussão em grupo, entre outras funcionalidades. Os pais podem ter acesso à ferramenta também se for de sua vontade. A plataforma tem uma interface bastante amigável, de fácil acesso e compreensão, podendo ser acessada por um computador, tablet ou mesmo um celular. À medida em que o aluno se habitua com a ferramenta, ele também trabalha a sua autonomia. 

O professor que organiza bem seu curso facilita enormemente a sua vida e a de todas as outras partes envolvidas no processo escolar. Uma boa organização ajuda a gerar empatia e serve de inspiração e modelo na formação de seus alunos. 

Reunir todas essas qualidades: a excelência na formação para proporcionar discernimento aos alunos na hora de selecionar informações, com os recursos tecnológicos e humanos que ajudam a organizálas, são grandes desafios para as escolas do século XXI. Isso é o que procuramos fazer na nossa escola, o Colégio Novo Pátio. Uma escola que se preocupa com conteúdo, com o ENEM, com vestibulares, com metodologias ativas e novas tecnologias; e que ao mesmo tempo possui um caráter humanista proporcionando uma sólida e ampla formação a seus alunos, jamais esquecendo-se o que eles são na essência: seres humanos.

Cláudio Behr – Professor de Matemática do Colégio Novo Pátio